“Um homem que chegou ao topo e caiu”, lamentou Milanez Neto (PV)
A atitude do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) no último domingo, 23, diante da tentativa de cumprimento da ordem de prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes foi tema na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), nesta terça-feira (25). “Roberto Jefferson escreve uma das páginas mais tristes da história do país”, comentou o vereador Milanez Neto (PV) acerca dos disparos contra a agente Karina Oliveira e o delegado Marcelo Vilela, da Polícia Federal.
Milanez comparou o tratamento dado ao ex-deputado, que efetuou disparos contra a Polícia, à situação que culminou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, que, por não usar capacete enquanto conduzia uma motocicleta, foi parado pela Polícia Rodoviária Federal e, não se entendendo com os agentes, foi colocado no porta-malas de uma viatura, falecendo por asfixia de gás lacrimogêno, em maio deste ano. “Por muito menos, um motoqueiro foi morto dentro da viatura da Polícia Federal”, disse.
“Será que se fosse um pobre e preto a polícia não reagiria? Será que não estaria vivo para contar a história? Será que o tratamento no nosso país é linear? Será que pode ser pior? Será que não é algo para tornar isso um capítulo de vitimização?”, questionou, lembrando que o momento foi gravado e postado nas redes sociais. O vereador acrescentou: “Da forma que ficou aos nossos olhos, Roberto Jefferson é tudo, mas não é doido. Ninguém faria aquilo para não levar outro tiro. Nunca vi a polícia sem reação. O ex-deputado não mostra um único tiro da polícia contra ele e até agora não consegue justificar o que promoveu naquela tarde. Essa é a democracia, o momento político que estamos vivendo. É ódio e irresponsabilidade, é fuzil, é granada. Nunca vi isso. Onde a gente defendia e dizia que ia respeitar policiais, quase vimos saírem de lá em caixões”.
Milanez ainda disse: “Ninguém atira contra a polícia da forma que ele fez sem que tenha planejado. Não tem o que se discutir, nem dizer contra ou a favor. Quantos pobres foram julgados erroneamente por não terem dinheiro para pagar um advogado?”.
“Fica meu repúdio à atitude de Roberto Jefferson”, enfatizou o parlamentar.
Para Marcos Henriques (PT), o país adoeceu em relação à violência: “Quando você vê, nas igrejas, as pessoas fazendo ‘arminha’, pessoas sendo expulsas porque têm um entendimento político diferente daqueles que dominam… Isso é um caso sério, fruto de uma política irresponsável, hipócrita”.
A vereadora Cris Furtado (PSB) reforçou: “Jamais vi tanto ódio, famílias brigando. Isso é muito triste”. Já Rinaldo Maranhão (SD) salientou que nenhuma violência deve ser permitida: “Todo o repúdio é necessário nessa hora à atitude de Roberto, mas que deixemos claro que esse repúdio é para qualquer um que pratique a violência, seja de direita ou esquerda”.
