Milanez Neto (MDB) criticou a necessidade de retirada do veículo após 2h, a falta de diálogo na implantação do sistema e a duração da concessão

O vereador Milanez Neto (MDB) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão desta terça-feira (16), para criticar o novo sistema de cobrança de estacionamento rotativo informatizado da Capital, o Zona Azul Digital JP. Segundo o parlamentar, o novo sistema é “mais uma privatização desastrosa que a Prefeitura Municipal tenta fazer na cidade”.

Milanez também afirmou que a população já se sente prejudicada com a concessão dos cemitérios públicos da Capital, criticada por ele em outro pronunciamento. “Foi dito aqui que aquela privatização não ia onerar em nada as pessoas, e, só no recadastramento, já tem uma taxa de 92 reais”, exemplificou.

“A Zona Azul, em tese, era algo que ia levantar o Centro Histórico. Estamos assistindo o Centro Histórico de nossa cidade afundar ainda mais”, avaliou o vereador. Ele levantou questionamentos sobre o sistema, como a necessidade de o consumidor retirar o veículo após 2h de estacionamento. “Quem pode delimitar o tempo de uma audiência em 2h? Pedir licença ao juiz, na sala de audiência, para tirar o carro, porque a Zona Azul exige. Que estacionamento pago é esse que não dá segurança ao seu veículo estacionado? Se é privado, o seguro é exigido por lei. Quem garante que uma consulta médica vai passar de 2h ou não? Quem vai resolver o problema dos flanelinhas, que têm naquele trabalho o seu sustento e o de sua família?”, indagou.

Milanez Neto também criticou a falta de diálogo na implantação do novo sistema. “É mais uma iniciativa sem conversar com a cidade, com o parlamento, com os vereadores. Aí, quando recebe a crítica, vem aquele velho discurso de que a crítica é porque vem da oposição. A crítica é porque antes de governo ou oposição, antes de deputado ou vereador, sou cidadão e me coloco no lugar do próximo, para que esteja aqui realmente defendendo o que as pessoas precisam que seja defendido”, enfatizou.

O parlamentar ainda contestou o prazo das concessões. “Sou novo, tenho 42 anos, mas nunca assisti na história uma privatização de 30 anos. O Plano Diretor, por exemplo, é rediscutido a cada 10 anos. A privatização do transporte coletivo é de 20 anos. O que justifica a Zona Azul e os cemitérios serem de 30 anos? Querem entregar a cidade a quem?”, questionou Milanez Neto, sugerindo uma audiência pública dentro da Comissão de Políticas Públicas (CPP) da Casa para discutir e amadurecer o tema. “A gente precisa entregar algo que ajude e não que prejudique a sociedade, já tão prejudicada ao longo do tempo”, justificou.