Marcos Henriques (PT) ressaltou receio de especialistas com a intervenção durante pronunciamento na sessão desta quinta-feira (23)

O vereador Marcos Henriques (PT) usou seu pronunciamento, na sessão desta quinta-feira (23), da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), para repercutir reunião com a sociedade civil organizada, que debateu o possível alargamento das praias urbanas de João Pessoa anunciado pelo prefeito Cícero Lucena (PP).
De acordo com o parlamentar, a reunião aconteceu na terça-feira (14), no Sindicato dos Bancários, e reuniu especialistas, como arquitetos, ambientalistas, geógrafos e professores em torno dos impactos socioambientais que uma intervenção desta magnitude pode causar. “Essa reunião, com mais ou menos 80 ambientalistas, mostra a preocupação que a cidade de João Pessoa tem com esse procedimento. Foram biólogos, geógrafos, pessoas ligadas ao meio ambiente, pessoas preocupadas com o reflexo dessa intervenção”, declarou.
Marcos Henriques destacou que será elaborado um relatório com a repercussão do procedimento nos aspectos do meio ambiente, geográfico morfológico e geográfico biológico. Ele ressaltou ainda que a reunião foi transformada em um movimento em defesa de uma cidade inclusiva, participativa e sustentável, no qual a população possa ter assegurado o direito de ser incluída nas decisões sobre seu planejamento urbano, ambiental e paisagístico.
“É um tema que tem um impacto ambiental muito sério. Na reunião, o que foi apresentado pelos ambientalistas foi um receio muito grande da repercussão socioambiental dessa intervenção. Fica aqui a nossa vontade e a nossa disposição de poder estar discutindo esse tema tão importante e trazendo análises técnicas científicas para que a população também possa ter conhecimento do que está se propondo”, declarou o parlamentar.
Apartes
“Quero parabenizar pela escolha do tema, que é caro a toda a cidade. O prefeito, quando aqui esteve, falou da possibilidade da engorda, então não temos o projeto, temos uma fumaça de projeto. Temos que discutir o tema. Se a engorda das praias for algo nocivo, terei a hombridade e coragem de votar contra”, destacou o vereador Odon Bezerra (PSB), lembrando que a CMJP cobrou ação enérgica da Prefeitura da Capital na preservação da Barreira do Cabo Branco.
O vereador Marmuthe Cavalcanti (Republicanos) reafirmou que vai votar de acordo com o que for melhor para a cidade, mas lamentou a votação que derrubou a formação de uma comissão que debateria o tema na Casa. “Deixamos de ter um instrumento importante para a gente poder dar nossa contribuição. E que não aconteça um desastre, como aconteceu em Balneário Camboriú-SC”, declarou o parlamentar.
Chacina no Mato Grosso
O vereador ainda lamentou o assassinato de sete pessoas, no Mato Grosso, por dois homens que não aceitaram perder no jogo de sinuca, na última terça-feira (21). Para o parlamentar, é reflexo de uma política armamentista. “O armamentismo desenfreado ainda está no nosso país. Nós expurgamos um mal, mas ele ainda continua no nosso país. Temos ainda muita gente contaminada com aquele indivíduo que durante quatro anos tão mal fez ao nosso país. Durante quatro anos ele infeccionou o povo com políticas totalmente equivocadas. Quem tem que estar armado é a polícia, são os agentes de segurança e não a população. E quando acontece esse tipo de chacina, sabemos que tem o dedo de quem governou por quatro anos pregando o ódio, a desarmonia e a violência. O reflexo está aí”, afirmou.
Para o vereador Tarcísio Jardim (Progressistas), a culpa não está no instrumento da arma, mas nas pessoas que a manuseiam de forma indevida, incentivadas por uma política de impunidade. “O maior problema não são as armas, é a impunidade”, afirmou o parlamentar, criticando ainda a política de recadastramento de armas legais.